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ENTREVISTA: Tatuadora Valéria Tatagiba fala sobre tatuagens e futuro





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Mais que uma simples Tatuadora Valéria Tatagiba, é uma artista, faz também telas realistas. Nascida em Bagé, Rio Grande de Sul, filha de militar, mudou-se com a família ainda muito jovem para Taubaté.

" Uma tatuagem não define uma pessoa, e nem torna a pessoa mais ou menos, melhor ou pior. É uma questão de escolha, livre arbítrio. "

Há mais de cinco anos atuando como Tatuadora, acredita que já fez mais de 4.000 tatuagens em seus clientes e amigos. Ao lado a parceira Zaine Correia Leite com quem divide o estúdio realizando aplicações de piercing.


Como tudo começou?


Sempre gostei de desenhar, porém há mais de  cinco anos atrás estava em Ubatuba, litoral, localizei uma revista de desenhos bem interessante e nela constava um kit de tatuagem. Começou daí então, o interessante em aperfeiçoar- me e mudar de profissão. A partir disso estou atenta a técnicas novas, materiais novo, aplicação de pigmentos, a tecnologia da área de um modo em geral. Inclusive utilizo a máquina da Evolution, que é de última geração, com a ideia de proporcionar o menor desconforto ao cliente, e uma qualidade superior. A qualificação também é um referencial, fiz cursos de Old School, Full Color, Preto e Cinza, Realismo, além do New Tradicional. 




Você tem quantas tatuagens?
Já perdi a conta de quantas tattoos eu tenho. São muitas, no momento, hoje não penso em fazer mais, apenas terminar as costas praticamente toda coberta, e parar.



Qual foi a tatuagem mais complexa que você já fez em uma pessoa?
Foi um tribal maori, mais de 32 horas de trabalho, riqueza de detalhes. Abaixo ilustração.

Dá para fazer tatuagem em qualquer parte do corpo?
Praticamente sim. Neste momento entra o profissionalismo do profissional. Faço tattoos em qualquer lugar do corpo, orientando sempre quanto a fragilidades, restrições quanto ao cliente possuir alguma doença crônica, como Diabetes, por exemplo. 

Existe idade certa para fazer tatuagem?
O ideal é que seja maior de idade. Não recomendo de forma alguma antes dos 17 anos. Os adolescentes de um modo em geral são muito inconstantes. Tem que ficar claro que será algo que marcará a sua vida para sempre. Salvo se for tirar a laser, processo oneroso e de muita dor. Já tatuei cliente com 80 anos. É questão de atitude, perfil.

Ainda dói fazer tatuagem?
Sim. Existem hoje muitas técnicas, equipamentos melhores, e depende muito da mão do tatuador, algumas mais pesadas, outras mais leves. É claro também que depende da região, das áreas do corpo que dói mais, como costelas, partes íntimas etc. Varia de pessoa para pessoa, lugar para lugar, enfim...

É possível usar anestesia?
Não. O máximo que pode ser usado, porém não temos evidências se impacta na pigmentação da cor na aplicação, é uma pomada para dor. Eu não recomendo.


Quantas tatuagens você já tatuou em clientes?
Nestes cinco anos já cheguei a tatuar uma cliente até 12 vezes, não tenho ideia da quantidade, porém, tenho uma pasta com todos os decalques que utilizo, já passam de 4.000 desenhos... A maioria dos clientes tatuados pela primeira vez, voltam para a próxima.

Qual sua orientação para quem quer fazer tatuagem?
Primeiro, ter a certeza do que quer, pois o desenho estará no seu corpo o resto da vida. Importante, não ir pela opinião alheia, independentemente do que os outros pensem ou deixem de achar. O foco é você.

Algumas pessoas devem chegar até você com dúvidas. Se fazer tatuagem por exemplo, é pecado ou não.
Este tabu deve ser quebrado e espero que esta entrevista sirva para isso também. Ninguém perderá sua salvação por ter ou não uma tatuagem. Não há fundamentação específica na Bíblia a respeito. Recomendo obediência aos líderes espirituais, cada credo e/ou doutrina tem a sua orientação a respeito. 

Você demonstrou com muita seriedade a utilização de instrumentos íntegros e descartáveis. 
Fato, gosto inclusive de apresentar todo o material que utilizo íntegro aos meus clientes, abro as embalagens na presença deles, para que sintam-se seguros.  Já trabalhei em outros estúdios, e muitas vezes os tatuadores já deixavam tudo pronto para aplicação. Eu prefiro fazer diferente, e tem dado certo assim.

Você já sofreu preconceito por ter tatuagem ou por ser tatuadora?
Percebo que sou mais observada que o comum,  se isso é um preconceito, prefiro pensar que é devido aos meus cabelos brancos e pela tatuagem. Sou muito caseira, saio pouco, porém ter tatuagem chama atenção.




Estamos no Outubro Rosa, mês de prevenção ao câncer de mama. Me fale sobre o projeto dedicado a mulheres que tiveram câncer de mama.

O trabalho consiste em tatuar as mamas reconstruídas das mulheres, uma forma de melhorar a auto estima delas, redesenhando a aréola, como também está disponível a aplicação da técnica para melhorar o aspecto da cicatriz. Estarei reforçando este trabalho, é solidário e gratuito. 


O que a Valéria Tatagiba pensa do futuro?
Tenho um propósito de servir a Deus apenas. Daqui a algum tempo, serei Missionária. Não sei ao certo quando isso ocorrerá, mas estou trabalhando firmemente para isto.


" Feliz em poder esclarecer, ser útil, e poder dizer para as pessoas que percam os seus medos, não se limitem pela sociedade, respeitem-se acima de tudo. "





Gisele de Luna








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