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Parem de romantizar a maternidade atípica

Simplesmente parem de romantizar a maternidade atípica. A motivação para escrever a respeito deste tema, é por eu vivenciá-lo no meu cotidiano e assistir de camarote tantas outras mães neste mesmo cenário.  Na realidade eu vivo, respiro, resisto e enfrento todos os dias a maternidade com todos os inúmeros desafios que ela traz, inclusive o quanto a sociedade tenta insistentemente torná-la romântica. Não, ela não é romântica, ela não é cor de rosa e nem doce ou suave, ela é persistente, dura, cruel e real.

Vejo pessoas sem filhos reclamarem de não terem tempo. Pessoas com filhos sem deficiência, típicos reclamarem de estarem imersos em tantas obrigações que se perdem nas 24 horas de seus dias. E cá estou, observando e chorando ao mesmo tempo frente a estes relatos. E por estar cansada deles, não, exaurida é a palavra correta, me sinto muito a vontade de falar sobre, com a ideia de poder de algum modo acolher pais assim como eu, atípicos; como também alertar aos demais, sobre o quanto esta cultura do romantizar é prejudicial para a nossa saúde mental.

Não somos deuses, não somos especiais, não somos guerreiros, não somos merecedores, não somos mais fortes,  ou melhor não somos nada disso ou apenas isso? Somos humanos, e como humanos sujeitos a dias bons e ruins, pois a vida não é linear, e sim cheia de altos e baixos. 

Quero que percebam a maternidade atípica como um ponto de atenção em uma sociedade cada vez mais singular, objetiva, polarizada e preconceituosa. Busco maior entendimento sobre o desenvolvimento de uma cultura que promova uma rede de apoio capaz de olhar, suportar, apoiar e acolher mães e pais, que como eu muitas vezes não tem o mínimo de amparo para conseguir viver de maneira mais plena e feliz.

Hoje, e sempre quero ser a minha voz, quero desenhar meus pensamentos da melhor forma, lidar com as emoções, e claro, viver o mais positivamente possível.




Muitos concordarão comigo, outro tanto não, mas nem por isso deixarei de expor o que sinto e vivo. É raso julgar, sem conhecer minimamente o que passamos. O flagelo de tempo, de recursos, de apoio, de escuta, de acolhimento. 

Eu quero ser vista, eu quero um abraço, eu quero realizar sonhos, eu quero a minha carreira pulsando, eu quero o amor, eu quero a minha vida pura e simplesmente.

É isso aí!



Gisele de Luna, Psicóloga, Cerimonialista, Recreadora Educativa, Mãe típica e atípica, Empresária da Luna e Mel Assessoria e Cerimonial e da Luna e Mel Recreações.




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